Resumo
Engenheiro militar e político fluminense na Primeira República. Pertencente à elite politica, ao Partido Republicano Conservador Fluminense, Feliciano Sodré (1881, São Sebastião do Alto, RJ – 1945, Niterói, RJ) foi deputado, senador, prefeito e governador. Destacou-se como administrador público no então estado do Rio de Janeiro e na sua capital, Niterói. Realizou uma série de obras e grandes intervenções no espaço niteroiense dinamizando sua política e economia. Na década de 1910, deu prosseguimento às inciativas do seu antecessor na prefeitura e abriu duas importantes avenidas, Icaraí e Alameda São Boaventura. Na década de 1920, edificou a sede da Prefeitura; iniciou a construção do prédio da Câmara nova (atual Secretaria de Educação); aterrou a Enseada de São Lourenço e a urbanização do antigo Campo Sujo (hoje Praça da República) e edificou o porto e a área portuária de Niterói, na busca da criação de um complexo portuário. Fortaleceu a Renascença Fluminense, integrada por intelectuais da Academia Fluminense de Letras, fortalecendo uma elite culta fluminense e seus valores identitários locais. Com a eleição de Arthur Bernardes, o projeto de capitalidade de Niterói recebeu aporte federal, tanto nas obras do Porto quanto no planejamento econômico regional, voltado então para a defesa e expansão do café. Sodré criou e construiu o Instituto Fluminense de Fomento Agrícola articulado ao plano ao porto alfandegado, que possibilitaria receber o fluxo de mercadorias para a capital fluminense e consolidar a nova centralidade para o município. Com o Golpe de 1930, Sodré e seus partidários saem da política. Assim como seu colega de bancada, Everardo Beckheuser, Feliciano Sodré é partícipe da história e da geografia regional fluminense, tendo sido um “geógrafo sem o saber”. (Fonte: MARY, Cristina P. Feliciano de Abreu Sodré, geógrafo sem o saber. Dicionário dos Geógrafos Brasileiros, vl.1. Ed. 7 Letras, 2014, p.51-66)