Resumo
Geógrafo, Geografia agrária, Geografia econômica – São Paulo (USP). Ariovaldo Umbelino de Oliveira (1947, São Paulo), importante referência da esquerda geográfica, nasceu na área rural do município de Santa Rita do Passa Quatro, interior de São Paulo. Filho de trabalhadores, Francisco Umbelino de Oliveira e Aparecida Montanher de Oliveira, Ariovaldo cresceu no município vizinho, na cidade de Porto Ferreira, SP, de onde observou a política nacional, sobretudo, os acontecimentos da década de 60 que culminaram no regime Militar. Foi a partir dessa cidade que vivenciou a repressão às lideranças políticas dos trabalhadores e que formou sua consciência política sob a influência da JOC, conforme seu Memorial para professor assistente da USP, em 1988. De Porto Ferreiro, Ariovaldo foi para a metrópole paulista, ingressando em 1967, no Curso de Geografia da USP. Formou-se com a geração de professores como Pasquale Petrone, Manoel Seabra, Gil Toledo, Nelson de La Corte, Regina Sader, Jose Pereira de Queiroz Neto, Jose Ribeiro de Araújo Filho; orientou-se pela Geografia Ativa de Pierre George, Yves Lacoste, B. Kayser e R. Guglielmo, e vivenciou todo o movimento estudantil do período. Na década de 1970, lecionou Geografia em escolas, sobretudo para o ensino médio, atuou como geógrafo no IPT-SP e ingressou na pós-graduação concluindo seu doutoramento em 1979, sob orientação de Pasquale Petrone. Em sua tese desenvolveu uma crítica à Geografia de Pierre George a partir do marxismo tradicional. Participou ativamente do processo de luta pela redemocratização do país e da renovação da Geografia, em finais dos anos 70 e início dos 80, fortalecendo o grupo da Geografia crítica, e dedicando-se principalmente aos estudos de Geografia agrária, das lutas camponesas de sociedades tradicionais. Ingressou como docente na UNESP-Rio Claro, em 1979, e na USP, em 1980, onde se aposentou como professor titular. Sua contribuição intelectual é extensa com cerca de 30 livros e inúmeros artigos publicados, assim como uma infinidade de orientações de pesquisa. Majoritariamente, sua produção está associada aos estudos geográficos agrários, econômicos, ambientais e aos movimentos sociais do campo, sempre na defesa dos trabalhadores e da justiça social-espacial.