Resumo
Militar, engenheiro geógrafo, indigenista, sertanista (1865-MT, 1958-RJ). Nasceu em Mimoso (atual Santo Antônio de Leverger), filho de Cândido Mariano da Silva e Claudina Lucas Evangelista. Em virtude do falecimento precoce de seus pais, foi criado pelo avo materno, indo aos 7 anos morar com o tio em Cuiabá onde cursou o primário e a Escola Normal. Em 1881, aos 16 anos, foi para o Rio de Janeiro e ingressou na Escola Militar, a exemplo de outros colegas. O tio era Capitão da Guarda Nacional e ofereceu adotá-lo para que pudesse iniciar a carreira militar como cadete e não como soldado. Entretanto, recusou, mas anos depois ao concluir o Curso militar acrescentou Rondon ao seu nome, em homenagem ao tio. Cursou a Escola Militar do Rio de Janeiro e a Escola Superior de Guerra, formando-se em Engenheiro militar e em Bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Em 1890, foi chamando pelo Major Gomes Carneiro para servir na Comissão Construtura da Linha Telegráfica de Cuiabá ao Araguaia. Gomes Carneiro e Benjamim Constant exerceram grandes influências em Rondon. Chefiou várias Comissões que permitiram integrar o sertão ao à nação, dentre elas a das Linhas telegráficas do Mato Grosso ao Amazonas e a Comissão Rondon (1907), ligando o Território do Acre ao circuito telegráfico nacional. Em 1914 acompanhou Theodore Roosevelt na expedição científica ao Amazonas. Em 1927 chefiou a recém-criada Inspeção de Fronteiras, desenvolvendo estudos cartográficos, de povoamento e segurança das fronteiras, desde a Guiana francesa ao Uruguai. Suas expedições eram acompanhadas e executadas por vários e importantes profissionais (o geólogo e professor de Geografia da UDF Alberto Pais Leme foi um deles). Em 1939, com a criação do Conselho Nacional de Proteção aos Índios, foi nomeado seu primeiro presidente. Auxiliou na criação do Parque do Xingu e do Museu do Índio. Foi reconhecido nacional e internacionalmente: em 1915 recebeu o prêmio Lingstone da Sociedade Geográfica de Nova Iorque; em 1919 foi homenagiado pela sociedade de Geografia do Rio de Janeiro; em 1955 o Congresso Nacional concedeu a patente de marechal do Exército brasileiro e denominou o território federal do Guaporé de Rondônia; em 1957 recebeu indicação para concorrer ao Premio nobel da Paz.